A arte iraniana tem uma longa tradição e estilo único, como demonstra sua arquitetura,tapetes, cerâmicas, artesanato em metal e madeira e pintura. O patrocínio de artistas pelo governo data de mais de 2000 anos. O padrão estético anterior a conquista islâmica, assim como a representação estilizada de figuras e padrãoes geométricos influenciaram a evolução da arte no Irã durante o primeiro período da era islâmica (650-1220). Exemplares de objetos elaborados em bronze, cerâmica, ouro e prata deste período são preservados nos museus. A poesia persa também se desenvolveu durante esta época, durante a dinastia Safávida (1501-1722), considerada a época dourada da arte iraniana na miniatura e arquitetura. No século 20, os artistas e escritores iranianos passaram a experimentar novos estilos e técnicas incorporando influencias europeias e da Ásia Ocidental.
Literatura
Desde suas origens no século IX, a literatura persa moderna foi dominada exclusivamente pela poesia. Entre os mais importantes poetas estão Firdawsi, que escreveu o famoso épico do Irã pré-islâmico Shahnameh (completo em 1010); Omar Khayyam, autor do famoso Rubayat e Nezami que escreveu a coletânea de versos conhecida como Khamseh(Quinteto). A poesia persa alcançou o seu auge nos séculos XIII e XIV como os poetas místicos Jalal al-Din Rumi, Sa'di e Hafez. Nos séculos seguintes, após o declínio da literatura persa, durante aproximadamente 5 séculos, a prosa e a poesia consistia em imitações dos grandes mestres do passado. No século XIX a literatura reviveu e continua até o presente. A ficção, especialmente em forma de contos, emergiu como um novo e importante gênero. Na lista dos modernos escritores do Irã estão Mashid Amirshahi, Simin Daneshvar, Ismail Fassih, Houshan Golshiri e Mohsen Makhmalbaf (também diretor de cinema). Os escritores exploram temas que foram proibidos a partir da revolução de 1979, como liberdade política, rebelião contra as autoridades, sátiras à monarquia da época da dinastia Pahlavi. Entretanto, desde a revolução, muitas obras acusadas de serem anti-religiosas foram banidas.
A tradição musical iraniana é marcada por estilos vocais únicos e ricos solos intrumentais. Desde a revolução de 1979, houve um maior resgate do interesse pela música iraniana folclórica e tradicional, ambas transmitidas regularmente nas rádios e emissoras de TV controladas pelo governo. Os músicos mais populares da música tradicional no país sãoHossein Alizadeh, Mohammad Reza Lotfi, Shahram Nazeri e Mohammad Reza Shajarian. No entanto cada cidade tem seu cantor famoso local. A música tradicional inclui instrumentos como o kamanche (espécie de violino), o santur (instrumento de cordas semelhante a harpa árabe), o setar (semelhante ao alaúde) e o tar (ancestral do violão). Muitos músicos iranianos são reconhecidos internacionalmente como virtuoses destes instrumentos. Os grupos folclóricos mais populares são aqueles que apresentam a música Azeri, Curda e Lori, assim como as canções dos marinheiros persas da costa do Golfo Pérsico.
Uma amostra dos mestres da música iraniana Mohammad Reza Shajarian (vocal) e Hossein Alizadeh (tar), acompanhados por Homayoun Shajarian (voz e tabla) e Kayhan Kalhor (kamanche) .
Ouça uma amostra de Shahram Nazeri, músico curdo-iraniano conhecido como o 'Rouxinol da Pérsia'
O Aclamado Cinema Iraniano
Os primeiros diretores de cinema iranianos começaram a produzir na década de 30 e desde então foram feitos mais de 1000 filmes. Muitas vezes, os diretores de cinema iranianos também escrevem seus próprios roteiros. Durante os anos 90, muitos diretores iranianos foram premiados em festivais internacionais como Bahram Beizai, Abbas Kiarostami, Majid Majidi, Mohsen Makhmalbaf e Dariush Mehrjui. Em 1997, Kiarostami ganhou a Palma de Ouro em Cannes com o famoso "Gosto de Cereja" e, em 1999 Majidi concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro com "Filhos do Paraíso" de 1998.
Finalmente, em 2012 o diretor Asghar Farhadi recebeu o primeiro Oscar de melhor filme estrangeiro da história do Irã com o filme "A Separação".
Festas e Tradições Populares
Nowruz: é a festa tradicional iraniana que celebra o Ano Novo do calendário persa (1º dia da primavera). O Nowruz é comemorado por algumas comunidades no dia 21 de março, e por outras, no dia do equinócio de primavera - que pode acontecer no dia 20, 21 ou 22 de março. Celebrado há pelo menos 3000 anos, a data está profundamente enraizada nos rituais e nas tradições do
Zoroastrismo. Fora do Irã, é comemorada no Curdistão, no Afeganistão, nas antigas repúblicas soviéticas do Tadjiquistão, Uzbequistão, Azerbaidjão, Cazaquistão, Quirguistão e por várias comunidades de origem persa, por todo o Oriente Médio. A saudação usual é Nowruz Mobarek (Feliz Ano Novo).
Haft Sîn: Na celebração do Nowruz (Ano Novo), sete itens, cujos nomes comecem com a letra sîn (س) , devem ser dispostos sobre uma mesa ou sobre tapetes do modo mais decorativo possível, em um espaço reservado para receber convidados. Tradicionalmente são estes: (mas também podem ser substituídos por outros que comecem com a letra persa sîn).
- Sabzeh (سبزه) - brotos de trigo, cevada ou lentilha germinando em um prato ou vaso, como símbolo do renascimento.
- Samanu (سمنو) - um doce feito de germe de trigo, simbolizando a afluência.
- Sanjed (سنجد) - o fruto seco da oliveira do paraíso (Eleagnus angustifolia) que simboliza o amor
- Sîr (سیر) - alho, simbolizando remédio ou cura
- Sîb (سیب) - maçãs, símbolo de beleza e saúde
- Somaq (سماق) - frutinha vermelha (Malosma laurina), que simboliza o nascer do sol
- Serkeh (سرکه) - vinagre, simbolizando longevidade e paciência.
Chāhārshanbe Sûri : celebrado na última quarta-feira do ano, momento em que todos saem à rua, fazem fogueiras e saltam, gritando Zardie man az tou Sorkhie tou az man, que significa "eu lhe dou a minha minha cor amarela (doença) e você (o fogo) me dá a sua cor vermelha (saúde)." Também se oferecem doces conhecidos como Ajile Moshkel Gosha como modo de agradecer pela saúde e felicidade do ano anterior. Há várias outras tradições ligadas a essa noite, como os rituais de Kûzeh Shekastan, durante os quais se quebram jarras que simbolicamente conteriam toda a má sorte. Pratica-se também a Fal-Gûsh ou a arte da adivinhação, escutando as conversas dos passantes na rua, e o ritual de Gereh-gosha-î, que consiste em dar um nó em um lenço e pedir à primeira pessoa que passar, que o desfaça, a fim de afastar toda a má sorte.
Sizdah Bedar: O 13º dia do ano novo que encerra as comemorações do Nowruz, é um feriado em que estudantes e famílias saem de casa para comer, brincar e se divertir ao ar livre. Neste dia, todos jogam fora o ramo de Sabzeh da mesa do Nowruz, porque acredita-se que este tenha recolhido todas as doenças, dores e males da família na chegada do ano. Acredita-se que as moças solteiras tem prioridade neste ritual de descartar oSabzeh, pois este pode atrair um bom casamento!
Mehregan: É o festival de Outono ou dia de ação-de-graças onde todos demonstram o merh ou "amor ao próximo", uma das datas mais importantes do ano.
Jashne Sade: Um festival de inverno em honra do fogo e para "deter as forças do gelo e do frio dos dias escuros", onde são feitas fogueiras onde as pessoas ficam em volta para receber as "bençãos do fogo".
Shabe Chelle: Celebraçao do Solstício de Inverno (aproximadamente 21 de dezembro). Termina com a mais longa noite do ano, que simbolicamente representa a vitória da Luz contra as Trevas. Também é conhecida como Shab-e Yaldā (noite do nascimento). É comum comemorar essa noite com frutas como nozes, melancia, romãs e passas.
Fonte: http://chadelimadapersia.blogspot.com.br/p/um-pouco-da-cultura-do-ira.html